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Do fim

  • Foto do escritor: Cleiton Zirke
    Cleiton Zirke
  • 11 de out. de 2019
  • 1 min de leitura

Do fim

Canto os versos do desassossego, da respiração ofegante, do sono que foge. Canto os versos das minhas dúvidas, das perguntas sem respostas. Verso triste e pesaroso da lágrima que escorre solta. Verso vazio do eco órfão. Canto os versos da saudade Da distância dolorida, da tua falta que aqui se fez. Canto os versos das tuas ausências, dos buracos, dos hiatos, do breu. Verso triste e pesaroso da mão que espera solta. Verso suspirante do abandono vazio. Canto os versos do coração despedaçado, dos sonhos partidos, que ali jazem, irrecuperáveis. Canto os versos das desesperanças, da falta do amanhã, da impossibilidade da espera. Verso triste e pesaroso do rosto desiludido. Verso agonizante do desamparo irrestrito. Canto os versos dos avessos, do outro lado do lado de lá. Versos das profundezas solitárias. E já não há mais quem os ouça. O eco, o abandono, o desamparo, testemunhas únicas e fiéis do trágico fim.

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