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Palavras ao fim

  • Foto do escritor: Cleiton Zirke
    Cleiton Zirke
  • 11 de out. de 2019
  • 1 min de leitura


Palavras ao fim

Se o abismo for atravessado, se a ponte que sobre ele está, cortada for, já não restará retorno. O fim irreversível se terá feito. Abandone-se tudo quanto fora longamente desejado. Destruam-se os sonhos que sonhávamos juntos quando nos braços um do outro dormíamos. Esqueça-se como os olhos abriam-se quando acordávamos depois do sono cálido e aconchegante. Deixe-se cair no esquecimento as bagunças que meus dedos fizeram nos teus cabelos. Silencie-se a voz das músicas que juntos dançávamos. Cale-se o sussurro ao pé do ouvido, quando jurávamos um amor que nunca existiu. Faça-se vazio no meu peito o lugar onde reclinavas tua cabeça. Solte-se a mão que se entrelaçava com tua mão como a raiz e o chão. Abram-se os braços dentro dos quais te abrigavas. Desfaça-se o beijo que colocava água na sede do amor que inconsequentemente se quis viver. Fechem-se os olhos quando a última lágrima rolar, e turvar a visão da tua partida. Saiba-se que se foi. E que esse é o sempre que não vai terminar.

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