top of page

Pequena trilogia

  • Foto do escritor: Cleiton Zirke
    Cleiton Zirke
  • 11 de out. de 2019
  • 2 min de leitura

I Mergulho

Tudo de amor, vivido. Tudo de amar, dito. Agora, divido apenas vivo em dívida. Tudo de amor, prometido. Tudo de amar, consentido. Agora, desiludido, apenas vivo sentido. (Sem ti, dó). Tudo de amor, cantado. Tudo de amar, dueto. Agora, desencantado. Apenas um solo, no canto, sem um canto que seja nosso. Tudo de amor, maldito. Tudo de amar, desfeito. Agora, acabado. Apenas um poeminha. Triste. Abandonado.


II Submersão

Tudo o que resta Depois de tudo Que foi feito Bem feito! Vale nada. Porque tudo Antes de se acabar Parece lindo De se viver. Mas quando se vai Mata a alma. Porque o tudo Se faz nada. E Tudo o que resta É um resto De não sei o quê. E tanto dói Que quase nada Vale quase tudo De tudo o que resta Quando tudo se vai E nada mais é.


III O Voo

O amor, quando vem, Transforma dor em flor. O amor, quando se vai, Transforma flor em dor. Derramar palavras no papel É transformar dor em flor. A escrita regada com lágrima, Deságua na folha. Transborda do peito, Toma forma de texto. Porque já quer nascer. Não tem mais jeito. Quando se é acometido de ter que escrever, Tem raiz que atravessa o peito De tão profunda que é. Tem flor que se desenha com letra, De tão colorida que é. Tem folha que quase dança sem vento, De tanto que se mexe dentro da gente. O amor, quando se vai, Transforma flor em dor. O amor, quando vem, Transforma dor em flor. Quando o amor tem esse cheiro de flor, No poema, ele não morre. Capturado pela letra, Joga semente. Que faz germinar. Quando a palavra-broto Pede pela luz e quer sair Dize-se por aí Que se é acometido de poemar (fazer poemas e amar).


Commentaires


Post: Blog2_Post

(47)99762-5894

  • Facebook
  • Instagram

©2019 by Aqui, agora. Proudly created with Wix.com

bottom of page